19/04/10

Um poema de Gonçalo M. Tavares

o perto, o longe

Não há definições minuciosas, quando aproximamos
O olhar daquilo que conhecemos surge o espanto,
Por vezes assustamo-nos; é no pormenor
Daquilo que é familiar que surge o perigo, e um certo
Desencanto. Por vezes é
Melhor não olharmos tempo de mais para o que
Amamos, alguém disse.
Dá atenção ao inimigo para o conseguires
Amar, não analises o que amas para que nenhum erro
Se infiltre no encanto. Se fiz isto, se o faço?

(Gonçalo M. Tavares, in "1"/ Relógio D' Água Editores)

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